Vale a pena conferir o trabalho da artista Brandi Milne. Um trabalho essencialmente Art Nouveau entretando bastante original e moderno (odeio usar essa expressão). Visualmente uma arte bem feminina, típico trabalho de envolvimento fácil com as mulheres pelos motivos e cores. Mas isso não quer dizer nada.
Independente do traço ser uma ode ao movimento do século passado, presente em grande parte do trabalho, ela consegue ir além e não ficar na cópia de um estilo. Se olharmos com mais detalhes é possível identificar uma linguagem muito única e expressiva.
Lúdica e surrealistica também, é uma dessas artistas que já está presente nas principais galerias pelo mundo.
A cada dia realizo o tamanho da mudança que a internet vem causando nos meus hábitos e nas pessoas que me cercam. Ontem numa reunião de amigos discutimos o poder de disseminação e de segmentação que a relação digital está proporcionando. Mas do que qualquer argumento de visionários, estamos experimentando em curso, uma grande revolução (?) nos dias atuais.
Uma revolução do SHARE, do compartilhamento de informações, músicas, filmes, materiais didáticos, teorias e uma infinidade de temas impossíveis de descrever.
Uma novidade que apareceu com o Napster a princípio sendo uma nova tecnologia, foi na verdade uma grande nascente de uma incrível maneira de relacionamento extretamente poderosa.
É a revolução da divisão de conhecimento gratuíto. Ir contra essa tendência é lutar contra a vontade de um ser humano ávido por divisão e captura. A indústria do disco por exemplo tentou repreender a troca de mp3 e veja o quanto foi inútil ir contra uma revolução. Todas as indústrias, principalmente a do entretenimento, terão que correr muito atrás, pois os códigos sociais estão em mudança nesse momento. Estamos experimentando um comportamento social complexo, muito mais poderoso que qualquer razão econômica de oferta e demanda de mercado. Por isso os parâmetros que regiam as regras e formas de controle de mecado, e porque não dizer sociais, terão que se adaptar.
A quebra de uma antiga conduta, um novo código, uma nova linguagem. Formas de expressão e formas de relacão. Se existe uma nova maneira de revolucionar o mundo externo em muitos aspectos, o meio será a internet.
Uma das grandes surpresas para mim está sendo poder conhecer, especificamente no Youtube, uma imensidão de pessoas e professores que estão dispostas a ensinar. Se é por um motivo de ego se filmar e colocar na internet podemos até relevar. Mas em outras situações, o cara nem é bom mas a vontade de oferecer e compartilhar aquilo que quer é a tônica da questão.
O conhecimento, que é tão valioso, por isso custa caríssimo em qualquer lugar no mundo, hoje pode ser experimentado, consultado, compartilhado e até praticado na internet. Inclusive existe já um mega site chamado Expert Village que parece até que comprou os direitos da expressão HOW TO, tamanha a quantidade de vídeos no Youtube.
Você quer saber mais? Procure o que quiser das coisas mais bizarras até coisas de utilidade. Tem de tudo, filmagens das mais toscas até mini-programas. Abaixo apenas alguns exemplos:
Recebi esse material por e-mail. É interessante apesar da conclusão final, mas modifiquei da versão original.
A iniciativa realizada pelo jornal The Washington Post era a de lançar um debate sobre valor, contexto e arte.
O cara desce na estação do metrô de NY vestindo jeans, camiseta e boné, encosta-se próximo à entrada, tira o violino da caixa e começa a tocar com entusiasmo para a multidão que passa por ali, bem na hora do rush matinal.
Durante os 45 minutos que tocou, foi praticamente ignorado pelos passantes, ninguém sabia, mas o músico era Joshua Bell, um dos maiores violinistas do mundo, executando peças musicais consagradas num instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, estimado em mais de 3 milhões de dólares.
Alguns dias antes Bell havia tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam a bagatela de 1000 dólares.
A experiência, gravada em vídeo, mostra homens e mulheres de andar ligeiro, copo de café na mão, celular no ouvido, crachá balançando no pescoço, indiferentes ao som do violino.
A conclusão generalista: Em função dos instrumentos de marketing, estamos (seres humanos cosmopolitas) ficando cada vez mais acostumados a dar valor sob uma determinada circunstância de contexto. Isto é, quando Joshua Bell é embalado. E você o consome sob um aval, sob uma condição de strato social, sob uma necessidade do ego, sob uma indicação e/ou simplesmente por dizerem que é bom.
Algumas considerações devem ser levadas em conta:
- Colocar um cara tocando violino no metrô, é abusar ao extremo da relação de percepção. O foco das pessoas está voltado naquele específico momento para outro "drive". De ir para o trabalho e pegar o trem. Naturalmente não quer dizer que não se tenha que perceber, mas ficar parado escutando uma peça de violino pode ser um luxo para poucos nos dias atuais.
- A música clássica já deixou de ser uma unanimidade do grande público, por isso, acho um pouco demais cobrar que todos saibam quem é o Joshua Bell e que o violino seja um Stradivarius.
- Quando está a procura de entretenimento, o seu "drive" está com o foco voltado para uma necessidade. O público médio consome o Joshua Bell dessa forma, por 1mil dólares o ingresso. Apenas os entendidos e apaixonados por música poderiam, de fato, considerar o valor da peça independente da "embalagem".
É claro que toda embalagem é necessária, inclusive, convida aos não impactados para uma oportunidade de conhecer e dar o seu respectivo valor. De qualquer forma, é interessante observar que cada vez mais a influência está de fato tomando o espaço de apreciação única, que podemos exercer independente de qualquer outra intervenção.
Ontem fui ver o filme-pipoca Batman. Após um almoço na casa da minha avó, já não tinha lá muita coisa para fazer, fui então conferir a sessão das 15h no Shopping da Gávea. Eu e uma tropa da garotos de 11 anos de idade. A única coisa que sabia do filme era que o ator Heath Ledger tinha destruído no papel desse sádico vilão. E outras coisas, tal como amigos que só assistem filmes cults do Irã, chegarem a me dizer que é um dos melhores filmes do gênero.
Logo na primeira cena percebi: Esse filme é impróprio para menores de 18 anos. Fiquei um pouco de pena daqueles garotos que foram ver um Batman achando que iam encontrar entretenimento assim, fácil. Também logo percebi que o meu almoço não ia digerir muito bem. O que se vê em 2 horas e tantas de filme, é uma trama tensa e densa. Diferente do tom sombrio-fantasia de Tim Burton, essa nova sequencia tem um "q" de realidade, sendo contudo mais "dark", um gótico contemporâneo. Eu acho que a palavra que resume o filme é: adrenalina. O coro come o tempo inteiro.
O sadismo do Coringa é impressionante. A crítica vem usando o termo "anárquico" para teorizar a essencia das ações do vilão, no entanto, o termo é mal utilizado. De qualquer forma, há alí um tom sociológico e porque não dizer psicológico, que move as sadices do caos. O Coringa não tem uma razão política, ele não quer dinheiro, nem vingança...ele quer brincar com a mesmiçe, com um mundo chato e cheio de regras. Ele quer ver o circo pegar fogo, não importa os meios.
O filme acaba. Ainda tenso, tento buscar alguma razão das minhas infantis mitologias de heróis para justificar porque gostei do filme. Afinal é aquela questão do herói x vilão de sempre. Pois é, mas deste filme, uma coisa de fato já me foi bastante marcante, o fim. O herói vence? Só neste fato, foi quebrada uma das principais regras dos filmes de entretenimento, o final feliz.
Os garotos saem do cinema calados. E uma frase parece não calar: Why so serious?
Realmente não sei qual a relação entre o inverno e Jazz, mas aqui no Brasil parece que só em festivais de inverno que se programa o genêro. Ainda vou entender melhor a relação do Brasileiro com jazz e a lareira. Da mesma forma que só se escuta samba no verão. Bom, enfim, de qualquer forma, quando fui a Penedo estava rolando um Festival de Jazz no Village Café Bistro, um lugarzinho sensacional localizado na Pousada Pequena Suécia. Assisti o baixista Dudu Lima destruir o local com direito a tudo que se pode ter em um inverno no pé da serra.
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Pesquisando coisas no mundo interplanetário na internet, também descobri o Jazz Cafe em Londres. E já soube que é um clássico. Além de uma programação extensa rola de tudo um pouco dos derivativos do genêro, isto é, Blues - Soul - Funk - Afrobeat - Reggae/Dub e afins... com direito a sessões com Dj's.
E lá hoje tem nada menos que Keb'Mo. Maravilha hein?
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Então, para celebrar o inverno: Jammin' the Jazz!!
Na próxima semana estarei de volta ao meu santuário particular. O Pico das Agulhas Negras é o 5º pico mais alto do Brasil, fica alí, perto de Penedo, situado no Parque Nacional de Itatiaia. Nada menos que 2.791,55 metros de altura. Será minha quinta vez de subida na região desde 94.
Sempre fui com o meu pai e dessa vez não será diferente.
O programa é relativamente cansativo. A boa é dormir em Penedo e acordar por volta das 6h da manhã. Como sempre fui no inverno, pois o céu é o mais bonito, o frio é intenso. Em Penedo chega a fazer pela manha 6º.
De Penedo seguimos de carro em direção ao Parque Nacional, que leva uns 45 min até a base da serra numa estrada digna de Road Movie. Imagine aquela névoa subindo pela manhã em campos, vales e na sua frente uma montanha gigantesca.
Chegando na base começamos a subir a serra e o frio fica cada vez mais intenso. A estrada até um determinado ponto é ótima, pois ainda é uma rodovia em direção à Minas Gerais. Chega-se inclusive no trevo divisório entre SP - RJ - MG. Aí já são 2.500 metros de altura. Dali para frente é "pau-dentro", já dentro do Parque sobe-se mais 1:30 de paisagens absurdas até chegar de fato na entrada na reserva do Pico das Agulhas Negras. Deixa-se o carro em um determinado lugar e começamos a andar. Anda-se muito, afinal estamos alí para isso. Existem algumas atrações do Pico, uma delas é o próprio cume do Pico, mas é preciso Guia. No caso sempre vamos para as Prateleiras, que é uma formação rochosa que coloca você de frente para um penhasco, sem comentários. Uma vista muito difícil de falar. Toda essa travessia sob a vegetação lunar e rios congelados dura cerca de 5 a 7 horas no total. Indo e voltando, com calma, comendo e tirando fotos.
É um programa super tranquilo, sempre respeitando os limites, a natureza e também avaliando as condições metereológicas, é 100% seguro.
Na volta, exaustos, descemos para Penedo, tomamos um bom vinho com lareira e apagamos.
Estar de frente para natureza grandiosa, forte e colossal nos coloca no nosso devido lugar. No silêncio do vento frio é possível escutar a voz da natureza. E é exatamente disso que eu preciso!
Como já comentado é muito difícil falar de gênios. Primeiro que são gênios, segundo é a sensação de estar ouvindo um livro de história, de filosofia, de arte, de antropologia. É muito conhecimento para desenvolver.(rs)
Ouvir grandes músicos é relaxar o seu inconciente por mais trabalhoso que as vezes possa parecer. Tenho que ser sincero pois ultimamente meus ouvidos estão mais robóticos e eletrificados. É natural, afinal a experimentação não tem limites. Mas sempre quando dá, coloco lá na minha vitrola Itunes esses grandes, que jogam a simplicidade no ponto mais alto da sofisticação. O natural e o rústico nos faz levar de volta ao mundo mais primitivo, da essência.
O video abaixo é uma pérola do simples. Elomar Figueira de Melo é um compositor pouco conhecido, embora tenho me supreendido com tanta gente que já o conhecia. Ótimo. Gostar, não precisa, mas artistas que passam mensagens de valor precisam ser difundidos. Elomar ainda vive numa casa no meio do sertão baiano. É inteligente que dói e sua música permeia o DNA do violão e da música medieval européia, inclusive e porque não, da cultura musical árabe.
Em breve vou começar a colocar post(s) sobre a história da música brasileira sob um olhar de um louco "lúdico" como eu. (rs)
Com vocês Xangai e Elomar (violão). Aumente o som e mesmo assim não vai dar para escutar muito bem, mas assim que é bom. heheh