terça-feira, 29 de abril de 2008

Maravilhas Modernas

Etienne De Crecy em 2007.

Cube Power!




segunda-feira, 28 de abril de 2008

Bosh e a WGSN


Os visonários me intrigam. Quem são essas pessoas? Em que mundo essas pessoas vivem? Tudo bem, é passível que se entenda que no passado existiam muito mais visionários pela centralização da informação e do conhecimento.

Mas e hoje? Nessa paranóia da informação na velocidade da luz. Na era do hiper, mega e do giga. O que é ser visionário nos dia de hoje?

De uma forma ou de outra já tem visionários ganhando muito dinheiro para levar outros visionários ainda mais longe. Já me falaram de algumas outras importantes consultorias de tendências, mas a tal da WGSN me impressionou. Tenho palestras com uma certa constância desse povo.

Tudo começou quando um certo visionário do meio de impressão e design, um tal de Marc Worth e seu irmão Julian, decidiram que o mundo da moda deveria ter informações de todo o planeta real-time. Como se existisse um Bloomberg ou uma Reuters da vida para tendências.

E assim os dois criaram então a WGSN. Hoje líder no segmento de pesquisas, análise de tendências e notícias para indústrias que vão muito além da indústria de moda. Hoje a WGSN tem cerca de 200 pesquisadores espalhados pelas principais capitais do mundo. São escritores, acadêmicos, jornalistas, fotógrafos, analistas e observadores que estão mapeando o comportamento das grandes cidades. Essa informação gera um banco de dados grotesco e extremamente rico. Tudo é mapeado, dos principais eventos de música às galerias de artes, de boates às pixações do bairro mais underground do extremo sul do Tokyo. De manifestações anti-alguma coisa à rodas de bate-papo entre amigos. Tendências são captadas na fusão desse caminhão de informações e analisadas por cabeças da sociologia do consumo.

O serviço é de consultoria e custa muito caro. Tem todo o tipo de plano, de uma simples senha para ter acesso a clipping jornalístico até dados já previamente customizados e contextualizados para as empresas. Em uma dessas palestras nos foi apresentado o comportamento do jovem no mundo. É impressionante. A noção de que vivemos no passado é real. E eu não saberei explicar nesse humilde post exatamente o que foi dito.

O que importa é que já existem empresas sabendo que tipo de produto vamos consumir daqui há 5 - 10 anos. Qual será o perfil de gerações que vai comprar determinados produtos. Empresas como Apple, Microsoft, Sony, Nokia, Renaut já desenvolvem produtos baseados em tendências de design e tecnologia que estão a décadas à frente do nosso tempo.

Recebi 0.01% das informações de uma dessas análises para 2009. Olhem só:



Perturbado
A proposta é abrir as portas para o pesadelo, para as imagens obscuras, bizarras e horripilantes. Fique de olho nos filmes de David Lynch, no Labirinto do Fauno de Guillermo del Toro e no som do Hierate Mich. Nas artes gráficas a atenção vai para as dissecações dos personagens de HQ, feito por Michael Paulus.

Elusivo A segunda macrotendência pede a experimentação que as estações do ano, as mudanças que a luz e o vento podem causar no ambiente. O som é da banda escandinava Adjágas e a arte é de Vik Muniz que trabalha com alimentos e materiais inusitados.

Curadoria
As pessoas não se satisfazem mais pelas compras, elas têm escolhas responsáveis e se preocupam com a sustentabilidade. A arte gráfica de Alan Fletcher e o trabalho do joalheiro filipino Federico De Vera são os pontos altos desta tendência. Ouça Arcade Fire e assista Henry V com Laurence Olivier.

Novas Fronteiras
Björk é a peça-chave deste tema. O seu pioneirismo musical e o novo cd Volta são o tom de arte experimental das novas fronteiras. Turismo no espaço, vegetais plantados no jardim de casa e o Second Life dividem espaço na nova vida do idoso, que faz academia, se veste como jovem e mantém uma vida sofisticada.

E eu até então não entendia porque o design do Ipod era tão inovador por só ter um botão.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Dance & Texture


A minha relação com a música eletrônica não começou muito bem. Acho que por algum motivos lógicos da minha personalidade. A principal delas é um certo receio aos modismos, o gostar-imediato, sabe? Descobri que antes de mais nada é preciso passar pela experiência orgânica da música.

Experiência orgânica é quando a música entra nos seus ouvidos emitindo estímulos ao seu querido cérebro. Forma tal que quando você se vê, está dançando sozinho de olhos fechados, em casa ou numa pista de dança. Quando sozinho ou cercado de gente, você está em estado de hipnose total. E quando a "viagem" acaba, fica a lembrança. Fica a sensação da experiência, e então nunca mais aquela música será a mesma.

No caso da música eletrônica, reconheço que foi um tanto tardio. Mas por outro lado foi bom, pois foi algo muito individual. Passei a gostar independente do modismo, entendi a linguagem contrariando a mim mesmo, em momentos puristas.

Para entender melhor sua forma e conteúdo, tive acesso ao que de melhor me foi apresentado. Música eletrônica é um gênero vasto e imenso. Tem muito lixo, é uma produção de massa = de milhares para milhares. Para se achar nesse mundo demora e é também uma questão de afinar os ouvidos. Procurei o que tem de linguagem mais consistente e definida, como música instrumental e dançante para tocar. Para momentos calmos e enfim :) - procuro texturas.

O cara que mais me impressiona até agora é o dinamarquês Trentmoeller. Música "deep" como toda arte européia tende a ser. Ele domina os genêros, com momentos de melancolia à devastação - são verdadeiras viagens musicais.

O que ele tem de melhor são as texturas, as quais transforma a música em uma intensa e futurística arma de reflexão e de dança!

Have a nice trip!

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Ah o Youtube

Estou me divertindo nessa coisa de youtube.

Show do James Brown lá pelo início dos anos 80. Micheal Jackson em plena carreira está na platéia. J.B. pede uma canja. Querendo mais M.J. convence J.B de chamar mais um cara na platéia para fazer mais canja. Fica um tempo convencendo, até que o J.B. o chama sem saber quem o era.
Era o louco do Prince, que chega carregado e quebra tudo no palco.

SENSACIONAL!!!


Lunário Perpétuo

Antônio Nóbrega é filho do Movimento Armorial criando nos anos 70 por Ariano Suassuna. Movimento artístico com direito a manifesto e tudo. Finca a bandeira da essência nordestina sob olhar erudito de um acadêmico. O Movimento Armorial traduz o primitivo de forma contemporânea, e se espalha por todas as formas e meios de se fazer arte: cinema, artes-plásticas, teatro, música, escultura e por ai vai. No caso da música é interessante a ponte que faz com a música de concerto, a música trovadora medieval e as batidas sincopadas que caracterizaram o nosso forró.

Lunário Perpétuo é o nome do DVD/CD que Nóbrega usou de melhor para explorar esse universo. Só tem fera na direção do show, fotografia de Walter Carvalho, figurino armorial, palco todo feito por Dantas Suassuna. Perceba o quanto lúdico ficou.

Para finalizar, Lunário Perpetuo é o nome de um livrinho que os sertenejos usavam em alguma época nos confins do sertão. Era tipo uma bíblia mas não religiosa. Tinha de tudo, de tabuada a contos fantásticos. Bem medieval mesmo.

Acho que essa mistura é um pouco como eu sou. Afinal descendência tem dessas coisas, sou a mistura de uma boa cerveja alemã escutando um bom forró. rssss

Na música abaixo, que abre o show, o que chama atenção é a dinâmica, veja como a banda trabalha o volume da música, é típico da música armorial. A "manobra musical" é usada para criar climas e ambientes sonoros.


Queen e a filosofia budista.

One Vision

One man one goal one mission
One heart one soul just one solution
One flash of light yeah one god one vision
One flesh one bone
One true religion
One voice one hope
One real decision
Wowowowo gimme one vision
No wrong no right
I'm gonna tell you there's no black and no white
No blood no stain
All we need is one worldwide vision
One flesh one bone
One true religion
One race one hope
One real decision
Wowowowo oh yeah oh yeah oh yeah
I had a dream
When I was young
A dream of sweet illusion
A glimpse of hope and unity
And visions of one sweet union
But a cold wind blows
And a dark rain falls
And in my heart it shows
Look what they've done to my dreams
So give me your hands
Give me your hearts
I'm ready
There's only one direction
One world one nation
Yeah one vision
No hate no fight
Just excitation
All through the night
It's a celebration wowowowo yeah
One one one one...
One vision...
One flesh one bone
One true religion
One voice one hope
One real decision
Gimme one light
Gimme one hope
Just gimme
One man one man
One bar one night
One day hey hey
Just gimme gimme gimme gimme
One Vision

Quarteto Novo


Um pouco de Brasil para não falarem que só falo de coisa de fora.

Falo do antológico Quarteto Novo que só tem um disco de 1967 e lançou para o mundo nada mais que Hermeto Pascoal, Airto Moreira, Théo de Barros e Heraldo do Monte (conhecido pessoalmente).

O disco foi relançado nesses sensacionais projetos que o Chales Gavin concebeu nas gravadoras de reeditar pérolas da nossa música só acháveis para pesquisadores. Agora estão super disponíveis nas lojas e na internet.

Todos esses artistas mereciam posts especiais pois cada um tem histórias e conteúdos suficientes para serem explorados. Mas vou deixar essa dose de curiosidade e deixar que escutem o disco. De qualquer forma achei essa apoteótica e divertida apresentação que Hermeto + Heraldo + Airto + Itiberê (figuraça) e turma, fizeram em um show em Santo André. O ano eu não sei, mas muito bom!!! Salve Hermeto!

É o que o artista brasileiro tem de maior, captar - conceber e transformar numa coisa única. Chamar de jazz brasileiro é um tanto reducionista e apenas música instrumental é pior ainda, mas não existem muitos termos. Vamos para o simples, música brasileira.

Do caos a maneira que o Hermeto chama o Stan Getz é sensacional. No youtube tem a continuação do show.

Keith Jarrett


Falar sobre gênios é muito difícil. Nem sei se conseguiria. É preciso consumir-los na sua essência. Como comer uma manga na mão. Sabe como é? Devorar. Eu não tenho noção de quanto esses mestres foram tão longe. Cada dia acho uma coisa mais impressionante que outra.

O materiais mais impressionantes, para mim, do pianista-gênio da arte de Keith Jarrett sem dúvida são os seus "monólogos" junto ao piano. Solo, ele entra no palco sozinho e parte para uma viagem sem fim. São intermináveis, as vezes amargos e as vezes tão suaves, solos de pura improvisão. É claro que também tem os clássicos.

De fato, é quando se vê e/ou se escuta Keith, a noção do quanto a técnica aliada ao sentimento pode elevar um tipo de comunicação, a sensação de transcedência é inevitável. A música cresce, parece que existem 200 músicos, mas é só ele e o piano. É emocionante vê-lo quase como médium, recebendo e/ou concebendo aquilo não explicável da arte.

Keith Jarret é bem achável nas lojas e na internet. Esse DVD, Tokyo Solo de 2002 tem uma música simplesmente fantástica; part 2e. Eu não a econtrei na internet. Achei do mesmo concerto, um dos dos clássicos do jazz que ele toca: Old Man River (veja inteira-vale a pena). Mas também achei uma versão que fez para Summertime que dispensa comentários.

Bom consumo!

Stranger Than Fiction


O filme é legal, na verdade bem legal. Uma comédia com uma mensagem bem simples e clara exposta nos últimos 15 minutos de moer o coração.

Recorro ao filme, pois pensei exatamente no discurso final. Beira o clichê, mas não há nada melhor do que um bom clichê na hora certa não é? Resumindo, é sobre esses micro-momentos, quando ações e atitudes são puras e para o bem, que somados fazem dos detalhes da sua vida um filme de comédia ou filme de tragédia - mas uma grande aventura no final das contas. E que fundo, sempre sem saber do final, viva sempre como se fosse o último momento. Mas seja sincero com você, mesmo que isso nos cause tritezas e decepções. Clichê? É....mas é a pura da verdade.

Tenho vivido nesses últimos meses experiências mais estranhas que uma ficção. rsss

Viva la Vita! Vamos tomar um chopp?

Gótico




Apenas para contemplação de um verdadeiro estilo Gótico!
Foto pessoalmente tirada em Barcelona!

terça-feira, 15 de abril de 2008

Coldcut - Sound Mirrors


Não é uma descoberta recente não. Mas não deixou de ser uma surpresa, pois foi muito sem querer que descobri essa obra prima moderna. hahah.

Estava em Paris (chic né?) passando minhas horas intermináveis na FNAC, tentando achar aquilo que não se encontra em lugar nenhum. Torrei uma grana, mas valendo a pena. Comprei por impulso o DVD do Coldcut chamado Sound Mirrors. Estava num preço legal, tinha um CD e DVD com vídeos da dupla. Também já tinha assistido uma apresentação da banda aqui no Tim Festival. E achei pesadíssimo! Convencido o ato da compa - comprei.

Para o que eu estava esperando, o DVD e CD fazem parte de um repertório de músicas que não curto tanto, mais Hip-Hop ou eletrônico cantando lá para o estilo do Rap mesmo. Entretanto, porém, contudo, como são VJ's, o material de vídeo é muito bom. Tem uma pérola.

Chama-se exatamente Sound Mirrors. Uma composição de animação-musicada. Tenho visto muito material assim, eu chamo de música visual. Não é nem uma trilha para um filme, nem um filme para uma música. É uma criação conjunta.

O filme é subjetivo, então tenham suas opiniões. Para mim tem uma mensagem de nascimento e morte profunda, forte. Extremamente poético, belo e bem feito. Uma obra-prima.

David LaChapalle


Me desculpem os fotógrafos e conhecedores desse sensacional artista. Eu já tinha visto algumas fotos desse tal David LaChapelle. Mas com a exposição rolando no Oi Futuro tive um interesse maior. Quase fui hoje mas já estava fechado. Entrei na internet para saber mais dele e achei o cara sensacional, fantástico!

O cara é um dos maiores fotógrafos do mundo!!

Surrealista com influência do punk, já me ganhou. Enfim, o que dá para ver nas fotos é que esse artista não tira fotos....ele às compõe. E eu só descobri isso agora?!

Vou lá esses dias!!

Abre Alas

Uma das melhores coisas é descobrir e consumir. A cada dia percebo que sou um consumista safado que nunca imaginei. E haja teoria socialista! rsss Até gostaria que fosse do consumo do ato de fazer compras materiais, faria certamente um estrago em compras legais :)). Mas o verbo que se aplica é na sua forma mais ampla.

Consumir no ato de imersão ao novo e ao velho. Saborear como um paladar as mais impactantes delícias e amargas criações e descobertas. Seja o ato da descoberta de um bom vinho nacional ao experimento de uma nova tecnologia. Do primitivo ao avant guard(rsss), do mais pós-moderno-contemporâneo que possa ser, não me interessa o que esses nomes possam rotular.

A descoberta é atemporal. Lamento e até entendo aqueles que não conseguem observar, aquém tribos e realidades, as velhas e novas linguagens. Mas eu vou conforme meu tempo, fazer o que, né?

Sempre foi assim para mim e as vezes sei o quanto é chato essa mania de querer mostrar. Por isso aqui nesse espaço vem quer quer. E consuma!! Quero aqui apenas compartilhar essas descobertas da forma mais humilde que devo fazer: Eu não conheço de absolutamente nada e preciso da sua ajuda para descobrir também!

Para finalizar, serão apenas palavras, pensamentos, fotos, vídeos e etc... No fim, será mais um blog de um autor tentando de alguma forma de expressar.


Abraços
Fils