terça-feira, 26 de abril de 2011

Anish Kapoor at the Royal Academy


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Anish Kapoor é um dos mais conceituados artistas Indianos da atualidade. Não o conhecia até que fui a Londres em 2009, e o João (Brasil) me convidou para uma mega exposição na Royal Gallary. Foi foda.
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Uma coisa que me intriga na arte contemporânea, principalmente a conceitual, é saber o que raios o artista quer dizer quando é demasiadamente experimental. As vezes a concepção final é literal, você entende e pronto, objetivo alcançado. Outras vezes o artista não explica, nem a curadoria, e você precisa chegar numa conclusão ou a nenhuma conclusão, o que é pior. Então fica todo mundo com cara de intelectual e não entende porra nenhuma.
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Estou lendo, a lentos passos, o livro de Ferreira Gular, Argumentação Contra a Morte da Arte. Esse tema, sobre o que a arte contemporânea quer dizer e qual a sua importância, é uma retórica sem fim. Para ser mais específico, o que a arte de Anish Kapoor serve para sua vida? Qual a função da arte nos dias atuais? O mundo muda e com ele as teorias ficam confusas, ainda mais na arte. Segundo o que os surrealistas afirmaram, o criador não é apenas quem faz; quem acha também o é. Logo, olhando de forma mais apurada essa afirmativa, todos são artistas e ninguém é. Eis uma questão, de uma certa "crise", que a arte vive desde de Duchamp quando emblemáticamente criou o ready-made como forma de expressão. A coisa evoluiu e daí para qualquer coisa é uma idéia ficou fácil. Saber verificar o que é e o que não é, virou uma tarefa.
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As vezes, no meu caso, visitar um museu ou presenciar uma exposição me causa uma certa confusão. Eu gosto de saber o que o artista quer comunicar, afinal arte é uma linguagem por mais abstrata que seja, mas se seu código não for provocado, de repente a minha intensidade de entendimento ou não-entendimento pode ser muito longe daqual o artista se propôs a fazer ou a me mostrar. Bom daí a coisa perde o sentido e vira cool. Isto é, outra coisa, mas não arte.
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A exposição de Anish Kapoor foi sensacional mas porque a curadoria encontrou o ponto certo de nos fazer comunicar e perceber as obras com outros olhos. Nesse vídeo, ele fala um pouco dessa questão da arte em movimento, de estar sendo criada alí na frente dos seus olhos. Mensagem? Ele a deixa para você chegar numa conclusão. Certo ou errado, é intenso, e isso para mim já basta. Isso sim, para mim, é um belíssimo exemplo de arte contemporânea.
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